Orientação sobre tecnologia de aplicação poderia ser alternativa à alteração na legislação brasileira que rege uso e comercialização de agrotóxicos no Brasil.
A observação é do engenheiro agrônomo de São José do Cedro e professor da Unoesc, NÉDIO VERDI, e se refere ao projeto de lei proposto pelo atual ministro da Agricultura BLAIRO MAGGI, e que agora tramita na Câmara dos Deputados.
De acordo com o profissional cedrense, antes de o Congresso aprovar a mudança no nome dos agrotóxicos para fitossanitários, e excluir a Anvisa e o Ibama do processo de avaliação de novos produtos a fim de agilizar a liberação no mercado, deveria ser proposta a orientação sobre as tecnologias de aplicação.
O projeto de lei em discussão no Legislativo federal prevê que, excluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Instituo Brasileiro do Meio Ambiente, passando somente pela análise de riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a liberação de novos químicos seria mais rápida e mais barata no Brasil.
Contudo, segundo NÉDIO VERDI, se fosse intensificar o repasse de orientações aos agricultores, a efetividade dos agrotóxicos seria melhor e, provavelmente, não haveria necessidade de abrir espaço para novos produtos, a não ser que fossem menos tóxicos.
O engenheiro agrônomo exemplifica que mesmo tendo recomendação feita em receituário agronômico, alguns agricultores não têm informação ou não seguem orientações sobre o período do ano, sobre a hora mais indicada de aplicação, sobre as condições de vento, a troca dos bicos do pulverizador conforme o tipo de agrotóxico aplicado e até mesmo sobre a dosagem.
Ele observa que esse trabalho de orientação e conscientização seria mais interessante para o Brasil, antes da aprovação de uma nova legislação que, no intuito de agilizar a liberação de um novo produto, pode pecar na análise de riscos, o que pode gerar impactos na saúde, no equilíbrio ecológico e, inclusive na economia.
Qual estilo musical você gostaria de ouvir na Integração?